lundi, août 30, 2004

BUCROCRACIA(S) - a saga continua

... e pra continuar a maré de multas, na sexta-feira, exatamente depois de postar aqui, peguei minha bicicleta e lá ia eu, feliz da vida, em direção ao lago pra encontrar uns amigos, já que o sol estava super gostoso. Bicicleta na Europa é um veículo como outro qualquer, então, respeitar a sinalização de trânsito é essencial. Sempre respeitei. Eu particularmente acho o máximo (sei que muitos vão achar patético, mas não me importo) ser respeitada no trânsito, poder circular com minha bike em meio a zilhares de carros, ter em várias ruas uma faixa específica pra bicicletas, e parar junto com todos os carros para os pedestres passarem, etc. Então, por azar, resolvi passar no sinal vermelho, pela primeira vez (claro que muitos "bicicleteiros" por aqui não estão nem aí pra sinalização, e resolvi "entrar na onda" pelo menos uma vez, já que eu estava com pressa) . Só que não percebi que 2 policiais faziam uma espécie de "blitz" a mais ou menos a 100 m de mim... Só ouço o "Madame, arrêtez, s'il vous plaît"!!! E eu, que não esperava dar de cara com dois policiais, olhei, e quando reconheci o uniforme pensei "ih, mífu"... Resultado da brincadeira: multa de 60 francos suíços por ter passado no sinal vermelho + ter colocado a vida de um motoqueiro ao lado em risco. Claro que reconheço meu erro, não discuti com o policial, pra não piorar a situação. Peguei minha multa, coloquei o rabinho entre as pernas, ainda tive de ouvir um "esta-multa-é-para-o-seu-bem, madame" e zarpei. Claro que até chegar ao lago, encontrei vários semáforos, e é óbvio que parei em todos... O único consolo foi me afogar em um sorvetão de pistache... e jurar que pressa alguma vai me fazer desrespeitar as leis de trânsito outra vez, mesmo estando sobre duas rodas não-motorizada...

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DOR-DE-COTOVELO

Mais uma partida. Farewell, so long, au revoir, bye. Aconteceu agorinha, há 1 hora. Rompimento sem remorsos, conversa "civilizada", filosofias infindáveis sobre o porquê dos acontecimentos. Mas pra resumir, o fim. O que resta são saudades do que se passou e do que nunca aconteceu, promessas de amizade eterna, ao menos, e um pouco de auto-estima meio baqueada, já que o motivo, aparentemente, foi "je peux pas me forcer à t'aimer, désolé". Isso dói, lá no fundinho. Curtir dor-de-cotovelo fresquinha assim é duro...

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E bota Milton Nascimento na vitrola numa tentativa de "anti-celebração" (ou seria mais uma ode?) aos encontros & desencontros:

"Todos os dias é um vai-e-vem,
A vida se repete na estação.
Tem gente que chega pra ficar,
Tem gente que vai pra nunca mais,
Tem gente que vem e quer voltar,
Tem gente que vai e quer ficar,
Tem gente que veio só olhar,
Tem gente a sorrir e a chorar.
E assim, chegar e partir
São só dois lados da mesma viagem.
O trem que chega
É o mesmo trem da partida,
A hora do encontro
É também despedida.
A plataforma dessa estação
É a vida desse meu lugar,
É a vida desse meu lugar,
É a vida."

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